A Filosofia e Seu Inverso
A Filosofia e Seu Inverso & Outros Estudos
O que Ă© pensar? O que une Kant Ă s decisões da ONU em favor de um governo global? Por que o culto da ciĂŞncia “começa na ignorância do que seja a razĂŁo e culmina no apelo explĂcito Ă autoridade do irracional”? Essas e outras questões sĂŁo respondidas por Olavo de Carvalho neste livro que reĂşne alguns de seus textos produzidos nos Ăşltimos anos. Mas devemos ler Olavo de Carvalho? Há duas respostas possĂveis: a dos seus detratores, sempre negativa. E a dos que se recusam a aceitar o doutrinamento da Weltanschauung pĂłs-moderna, que, amealhando adeptos entre liberais e esquerdistas, baseia-se num tripĂ© corruptor: relativismo, hedonismo e ateĂsmo. Olavo sabe que, para uma efetiva resistĂŞncia cultural, os que desejam se manter lĂşcidos devem possuir um corpo teĂłrico consistente, capaz de apresentar respostas persuasivas ao mundo de falso desvanecimento do homem contemporâneo e de advogar em defesa da verdade, o valor mais vilipendiado nos dias atuais. Assim, frente aos ideĂłlogos cujo objetivo Ă© nos convencer de que princĂpios e valores sĂŁo obstáculos Ă liberdade, Olavo denuncia a ditadura do relativismo – a arma que restou Ă esquerda diante do fracasso da ditadura do proletariado. E o faz com seu estilo caracterĂstico, que lhe permite, como ele mesmo diz, “transitar livremente entre o discurso acadĂŞmico e a voz do coração”, movido por seu objetivo “quase obsessivo: a busca do Supremo Bem”. Nada Ă© pequeno neste livro. A resposta a certos polemistas transforma-se nos degraus que Olavo transpõe para ensinar arquitetura gĂłtica ou recolocar a lĂłgica como elemento acessĂłrio da produção filosĂłfica. Desmonta Martial GuĂ©roult, presta tributo Ă inesquecĂvel figura de Stanislavs LadusĂŁns, rebate Peter Singer, Richard Dawkins e outros pseudoluminares. E o faz seguindo o mĂ©todo que propõe a seus alunos: espantar-se frente Ă realidade da experiĂŞncia. Mas nĂŁo sĂł. Olavo de Carvalho nos recorda que nĂŁo esquecer nossa condição mortal Ă© o ponto de partida da investigação metafĂsica. Aqui, ele ultrapassa a filosofia – e assemelha-se aos mestres da espiritualidade monástica, que recomendam a reflexĂŁo sobre a prĂłpria morte para curar uma das mais nocivas doenças da alma: a acĂdia.
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